Cobras em Santa Maria: saiba por que elas aparecem mais nesta época do ano

Cobras em Santa Maria: saiba por que elas aparecem mais nesta época do ano

Foto:Vitor Zuccolo

Com o avanço das temperaturas e da umidade, moradores de Santa Maria e da região central do Rio Grande do Sul estão observando um aumento nos registros de animais peçonhentos, especialmente cobras, em áreas urbanas. Na última semana, uma moradora do Bairro Nova Santa Marta encontrou uma cobra em sua residência.

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O fenômeno, que ocorre tradicionalmente na transição entre a primavera e o verão, mobiliza equipes de vigilância, órgãos ambientais e órgãos de saúde para atuar na prevenção e no atendimento aos casos de acidentes. O aumento na presença de cobras nesta época tem uma explicação: com o calor, é comum que elas saiam de seus ambientes para a reprodução e também para a alimentação, pois é o momento onde há mais alimento para elas.

 
No Departamento de Ecologia e Evolução, localizado no prédio 17 da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a observação sobre o aparecimento e estudo sobre as espécies é constante. O local é uma das referências nesse tipo de pesquisa na América do Sul. Com um grupo de trabalho formado por 17 pessoas, entre professores, estudantes de graduação, mestrado e doutorado, as ações se intensificam com a chegada do calor. O professor Tiago Gomes, que coordena o Departamento, explica as ações do grupo: 

Nosso departamento estuda desde a biologia, a reprodução e o ambiente que preferem. Nós também traçamos estratégias para conservação de espécies que são ameaçadas. Com o nosso trabalho, nós conseguimos ter uma base das espécies mais encontradas aqui na Região Central. Ainda estamos conhecendo muito sobre a biologia dos bichos aqui da região. Quanto tempo vive uma serpente, do que ela se alimenta, que tipo de temperatura ela prefere, que tipo de ambiente florestal, campestre, ou se ocorre também em cidade. São dados básicos, pois não temos muito conhecimento sobre a nossa fauna ainda.

Na sala em que ocorrem as pesquisas, as cobras são colocadas dentro de potes, com álcool 70%, em um espaço reservado para melhor conservação das espécies para estudos posteriores.

Professor Tiago Gomes estuda diversas espécies que aparecem na região centralFoto:Vitor Zuccolo

Fatores que elevam o risco

A elevação das temperaturas favorece o aumento da atividade de espécies peçonhentas. Esses animais se tornam mais ativos em clima quente e úmido, e as modificações no ambiente, como expansão urbana, mudanças de habitat e maior proximidade ao ser humano, aumentam a chance de encontros indesejados, como o último caso, onde uma falsa-coral, que não oferece riscos, foi encontrada.  


No contexto local, o professor aponta que as espécies, em sua maioria, operam com hábitos discretos, o que pode dificultar sua detecção, mas orienta caso encontre alguma espécie.

- Algumas espécies são comuns na região e se alimentam de roedores, lagartos e outras cobras. Importante que a população avise o Batalhão Ambiental caso necessite retirar uma cobra de dentro de casa ou do pátio, por exemplo – orienta.

O que fazer em caso de acidente

Se ocorrer picada, como em um caso recente, onde o pai de uma aluna da Escola Estadual de Educação Básica Augusto Ruschi, no Bairro Juscelino Kubitschek, manifestou indignação com a situação da instituição após a filha ter sido picada por uma cobra dentro do pátio escolar, ou contato com réptil peçonhento, o atendimento rápido pode ser essencial. 

Cobra Falsa-Coral (esq e dir) são não oferecem riscos a população, diferente da coral (centro).Foto:Vitor Zuccolo

A vítima deve procurar uma unidade de saúde ou um hospital próximo de sua residência, para receber os primeiros atendimentos.

- Quanto antes for atendido, melhor. Isto é muito mais melhor do que colocar algum produto sem eficácia comprovada. como borra de café, gasolina, urina entre outras coisas. Então, o correto é lavar com água e sabão na hora, pois existem bactérias também. Independentemente de a cobra ser peçonhenta ou não, não é indicado fazer amarra (compressão) no local da picada. E se conseguir tirar uma foto do animal, melhor, pois colabora na hora da identificação e auxilia no melhor tratamento – orienta.

Entre em contato com o grupo de estudos do Departamento de Biologia clicando aqui.

Prevenção e cuidados recomendados

Durante o programa Bom Dia, Cidade, a Subcomandante do 2° Batalhão Ambiental da Brigada Militar, Jaqueline Lucca Silva trouxe orientações para a população nestes momentos de calor e também de intensas chuvas.

- A gente precisa tentar manter os locais limpos, principalmente pontos onde esses animais procuram abrigo, evitar, acúmulo de entulhos, vegetação alta e lixo. Caso encontre algum desses animais, a orientação é que não se aproxime, mantenha distância, isolar o local, obviamente não tentar capturar o animal e principalmente, não matar- comentou.

Confira a entrevista completa

Para minimizar riscos, algumas medidas práticas

  • Verificar calçados, roupas e espaços de armazenamento antes de usá-los, especialmente em locais externos ou pouco utilizados;
  • Vedar portas, janelas e ralos, retirar entulhos, madeiras empilhadas ou lixo acumulado, que podem servir de abrigo;
  • Manter quintais, terrenos vizinhos e áreas de vegetação baixa limpos e com monitoramento;
  • Em caso de identificação ou encontro com cobra-coral ou outro animal silvestre peçonhento, não tentar capturá-lo: entrar em contato com o órgão ambiental ou o corpo de bombeiros é a melhor ação.

Viu uma espécie e não sabe o que fazer? acione este contato

1º e 2º Grupos de Polícia Ambiental – Santa Maria
Endereço: Rua Antônio Gonçalves do Amaral, nº 1100, bairro São José, Santa Maria, RS.
Telefone: (55) 98442 2872
e-mail: [email protected]


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